Estas
semanas voltou a debate público a questão da eutanásia.
(Permitam-me
por o dedo na ferida à minha maneira!)
O tema é
delicado, não só pelas questões éticas mas também pelas questões morais
envolvidas neste ato e por quem o deseja praticar e que deseja a sua própria morte.
A questão
não podia ser mais polémica, se por um lado queremos que a medicina nos ajude a
manter vivos, por outro não queremos que ninguém nos faça sofrer, tento ou não
uma condição medica que nos condicione e que nos leve a pensar que a solução é
tal ato. O meu grande e maior dilema é mesmo esses os condicionamentos que poderão
um ser humano a querer a morte, pois não são só as doenças de condição física
que nos levar a pensar no fim da vida. Olhemos então a pessoas que já estão no
seu jubileu da sabedoria, sim esses que alguém chamou se “pessoas na terceira
idade” e que a sociedade tratou de chamar velhos com desdém e esqueceu que a
maior sabedoria de vida está nestas pessoas. Muitos já não vêm o seu próprio sentido
de vida, muitas vezes porque os filhos trabalham demais para receber de menos
numa conjuntura que está a levar-nos ao extremo e que lhes falta a paciência de
cuidar dos seus sábios. Eles são muitas vezes atirados para “lares da terceira
idade” porque supostamente ali têm mais cuidados e cuidadores, mas todos
sabemos que muitas vezes não acontece (demasiadas vezes, para ser mais sincero),
essas pessoas por não terem um propósito de vida preferem a morte do que
estarem a viverem a arrastar a sua carcaça nalgum canto, desculpem a franqueza.
Não é para menos, pois nota-se em muitos casos depressões misturadas com
doenças cronicas, mais a falta dos seus familiares (que melhor ou pior os
visitam ao fim de semana, quando o fazem). Faz pensar a qualquer um de nós para
onde é que vamos, pois isto se não mudar vai nos calha! Devemos nós,
portugueses, deixar por questões de depressão alguém pedir a outra pessoa que
lhe dê algo a tomar ou injetar para morrer? Ou devemos criar propósitos a quem
tem o conhecimento da vida e faze-los sentir melhor com a vida? Não devemos
criar condições para estarem mais perto do seu núcleo familiar? Ficam as
perguntas!
Alguns
podiam argumentar que isto é só uma parte dos problemas que podem aparecer, que
casos terminais, casos de tetraplégicas ou outros é que devem ser considerados para
a eutanásia. Então eu vos digo: exploremos esses casos.
De facto existem,
mais uma vez vamos bater nas questões de depressão e de uma certa sanidade psicológica
do endividou em causa, mas posso relembrar que há muitos bons exemplos que
preferem viver e que são uma inspiração para quem é dito como “normal”. Um
desses exemplos é Nick Vujicic, australiano, orador motivacional, que
até é uma vedeta do YouTube (aconselho a ver os seus vídeos) que que nos diz
sempre com o seu sorriso próprio que não quer morrer que que prefere a vida.
Como é de se antever quer que todos vivamos a vida. Volto a perguntar as mesmas
perguntas do penúltimo paragrafo que escrevi até aqui. Será que tem a mesma
opinião ainda?
As doenças terminais e outros casos
de coma temos sempre de ter em conta que, a meu ver, não é egoísmo de nossa
parte mantermos essas pessoas vivas pois a ciência está sempre em mudança e com
novas soluções para casos destas naturezas. Sei de alguns casos em Portugal de
pessoas que estão acamadas à quase 20 anos, em que os seus movimentos são
apenas do pescoço para cima e com enormes problemas em que a sua vida é
sustentada apenas por máquinas, mas que quer viver e que por razões de
mantimento da sua privacidade não vou dizer quem são. Qual a diferença mais
uma vez é o estado psicológico em que se encontram.
Poderia estar aqui a tentar expor
milhares de casos contra a corrente dos media, mas acho que a paciência do
leitor iria-se esgotar, como alias acho que já começa a acabar, mas coragem
leia atá ao fim pois falta pouco.
Há outra coisa que me questiono e
que na verdade ninguém me quer dizer e que eu faço questão de por o dedo na ferida:
quem é que tem a responsabilidade de pagar isto tudo e quem é que ganha
dinheiro com isto?
Sei que é um pouco perverso pensar
assim desta forma fria, mas o que é facto é que vivemos numa sociedade
capitalista e que nada se faz sem dinheiro, até mesmo salvar vidas. Por princípio
e à luz do que acontece com a interrupção voluntária da gravidez, será o Estado
a pagar as custas de tais atos assistidos. Por outras palavras somos todos nós
que o faremos, pois o Estado é composto por todos os Cidadãos e não apenas
pelos que se dedicam à política. Isto é claro, porque tenho quase a certeza que
as custas serão elevadas e se um rico tem esse direito um pobre também tem que tê-lo
e é certo que vai recorrer ao sistema nacional de saúde para atingir o seu propósito.
Ou seja, eu, você e quem estiver ao nosso lado vamos pagar para alguém se
suicidar de um modo assistido… Faço-me entender? E também vamos dar dinheiro a
pessoas que era suposto serem vocacionadas para curar e manter a vida para
depois fazerem justamente o contrário. Perverso, não? Será que é licito receber
para ajudar a morrer? Será que isso é um nobre serviço? Será que quer ter
participação, mesmo que indireta, na morte de alguém? Mais questões que, mais
uma vez, ninguém me responde.
Sei que
os sentimentos e o tratamento racional do ser humano é confuso nas horas que
temos de digerirmos estas questões de doença avançada e que ficamos em aflição
de aliviar a dor de quem sofre, pois não queremos para os nossos entes queridos
a inflexão de dor e que podemos parecer que a morte é a maior solução para
determinados casos, mas eu sou um humanista e entendo que não se deve condenar
à morte ninguém, nem obrigar alguém a assistir ao suicídio. Já nem me atrevo a
ir pelas questões do aborto e abomino a pena de morte. Entendo que a vida deve
ser preservada em todas as suas formas e que a questão da eutanásia vai contra
este meu princípio.
Relembro
também a estes “eutanistas” esquecidos que “enquanto há vida, há esperança” e é
a própria ciência que nos diz que quando o paciente está motivado para a sua
cura que há mais possibilidade de esta se concretizar, para além do frequente avanço
frequente da medicina e da ciência em geral.
Viva à Vida!