sexta-feira, 26 de julho de 2013

A cultura na cidade de Lisboa



Todos sabemos que para o nosso bem-estar devemos adquirir conhecimento, pois só assim se consegue melhor capacidade individual e intelectual, melhores empregos e maior capacidade técnica.
CMLMas as questões que se levantam são: Será que o Estado não tem responsabilidade de tornar o conhecimento barato, ao alcance de todos? Não terá ele a responsabilidade de garantir “a liberdade de aprender e ensinar”? E qual a melhor forma de o fazer?
A resposta é afirmativa, na verdade o nº. 1 do Artigo.⁰ 43 da Constituição da República Portuguesa garante tal liberdade e também no n.º 1 Artigo.⁰ 75 da mesma Constituição o estado obriga-se a criar “uma rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população”, mas não esqueçamos que os museus são a maneira mais acessível em termos económicos, rápidos e lúdicos de assimilar mais conhecimento para o cidadão comum, bem com bibliotecas publicas e teatros. A cidade de Lisboa abarca a maior parte desses locais, públicos e privados do País, sendo a maior parte do Estado sobe a tutela da Secretaria de Estado da Cultura, mas o que a maior parte dos Lisboetas desconhece é que há equipamentos culturais da própria Câmara Municipal de Lisboa (C.M.L.), 11 destes equipamentos sobe a tutela da EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) que é, e passo a citar, “A EGEAC é a empresa municipal da cidade de Lisboa responsável pela Gestão de Equipamentos e Animação Cultural. (...) A EGEAC é tutelada pela Câmara Municipal de Lisboa”(1), tem como natureza, nos seus estatutos: 
"1.       A EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, E.M., abreviadamente designada por EGEAC, é uma pessoa colectiva de direito privado sob a forma de sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, de responsabilidade limitada, com natureza municipal, constituída pelo Município de Lisboa, que goza de personalidade jurídica  e é dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial. (...)" (2.), e administra os seguintes equipamentos: a Casa Fernando Pessoa, o Castelo de São Jorge, o Cinema São Jorge, Maria Matos Teatro Municipal, o Museu da Marioneta, o Museu do Fado, o Padrão dos Descobrimentos, o Palácio Marquês de Pombal, o Palácio Marquês de Tancos, o São Luiz Teatro Municipal e Teatro Taborda para além de criar eventos. Mas a própria C.M.L. tem uma Direcção Municipal de Cultura onde integram directamente vários outros equipamentos culturais, como o Museu da Cidade, o Museu do Teatro Romano, o Museu Antoniano, as Galerias Romanas, Muralhas e outros espaços culturais integrantes que não foi possível descortinar em tempo útil.
A nosso ver é positivo que a C.M.L. seja detentora destes espaços, mas por outro lado não se entende o porquê do abismo que se apresenta entre a forma de actuação no cuidado do espólio EGEAC e a Direcção Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa e nem o porquê de uma empresa privada a gerir espaços publicos. Se não vejamos o próprio Museu da Cidade, entre 2008 e 2010 foi alvo de um “programa museológico que considerasse a ampliação do museu com a História de Lisboa até ao século XXI (…) como estrutura polinucleada que se expande e integra o território urbano”(3.). Falemos português, o mesmo é dizer que o museu perdeu peças da sua exposição permanente, descaracterizando-se, para os outros museus da mesma direcção municipal! Neste momento a C.M.L. aguarda um estudo do Dr. António Mega Ferreira (licenciado em Direito, pela faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e com estudos em comunicação pela Universidade de Manchester), pessoa que nunca estudou Museologia ou outra área relacionada com museus ou Urbanismo ou até mesmo Arquitectura, uma vez que o museu tem como tema a Cidade de Lisboa. Por isso considero este senhor com pouca competência para tal estudo.
Por oposição temos o Castelo de São Jorge ou o Museu do Fado, que as suas exposições estão bem cuidadas pela EGEAC, com vida e com ampla divulgação, aliás como a maior parte dos equipamentos geridos por esta empresa, com a devida excepção do Cinema São Jorge que vive com as portas fechadas a maior parte do ano.

Para finalizar, gostaria de deixar algumas perguntas à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa:
Porquê a necessidade de duas entidades diferentes a gerirem a cultura lisboeta? Para quê ou qual a necessidade de criar uma empresa privada para gerir espaços públicos, como a E.G.E.A.C? Porquê dois pesos e duas medidas diferentes de gerir a cultura lisboeta? Porquê esta descaracterização do Museu da Cidade?




.    (1.) Citação retirada do site http://www.egeac.pt/presentation.php  
.    (2.) Retirado do endereço electrónico http://www.egeac.pt/application/uploads/files/Estatutos%20EGEAC%202013%20Boletim%20Municipal.PDF  
.    (3.) Retirado do sitio electrónico do Museu da Cidade http://www.museudacidade.pt/Paginas/Default.aspx

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Sim, voltei ao blogger depois de me ter chateado com ele devido à pouca eficiência que tinha na época!
Dizem que agora está melhor, por isso voltei!