sábado, 17 de maio de 2014

O estado do Estado

Aqui há uns dias decidi ir às finanças em Sacavém e esperei o que fosse atendido enquanto não o era fui ouvindo o "novo" discurso de cada uma das funcionarias para os contribuintes que lhes passavam pela frente. Não que tivesse curiosidade alcoviteira, mas sim pelo facto de ver se por ventura as novas tecnologias e as pessoas que passavam estavam a consegui atingir objectivos.
Em casos de resoluções de pendências de empresas as coisas até não iam mail. Todos tinham email, tinham acesso fácil a Internet, facilidade de interpretação do sistema de finanças, etc. Mas quanto a particulares por conta de outrem ou pensionistas a coisa muda de figura.
Quando uma senhora de 70 anos é atendida e quer entregar a declaração a funcionaria pergunta com o ar mais empinado: tem email? Para qualquer um de nós ter email é a coisa mais banal e corriqueira, mas para as gerações mais velhas é algo astronáutico, que só as gerações mais novas dominam. É certo que nem todos são assim mas para uma boa parte isto ainda a acontece. A confusão na cabeça desta jovem da terceira idade era notória e só se conseguiu resolver a situação a senhora precisou de fazer uma chamada para a neta ou sobrinha-neta.
A seguir foi um senhor Cabo-verdiano porque berrou passou à frente de todos e nem se quer olhou para o lado...
Depois foi eu. Confesso que sou um burro em matéria de finanças. Não sei e até gostava de entender e por essa razão foi tentar entender como é que este universo se rege... Mas a minha primeira abordagem ao tema foi: Gostaria de saber quais são os escalões de descontos para as finanças?
E a resposta foi a melhor maravilha: Não sei! Mas escalões é da segurança social... Não sei! Não sou de lá!
Eu voltei à carga e perguntei novamente: Como é que funcionam os sistemas de finanças? Como é que são os descontos?
E outra vez uma resposta maravilha: Não sei!
Bom, eu aqui espumei!!!! Senti-me como um foguete em ebulição! E como é óbvio respondi: Então quem é que sabe, o "Pai Natal"! Isto assim não é maneira de trabalhar. Se a senhora não sabem que é que sabe?
Só assim é que se lembrou que existia um panfleto que tinha exactamente o que necessitava. Isto sem esquecer a má vontade que lhe era característica própria.
Todos nós sabemos que temos o direito à informação, alias é um direito constitucional, mas o problema está em que nos dá a informação e que parece não querer ter isto em mente e que estão lá para informar. Mais, todos nós sabemos que temos que declarar o que recebemos, compramos, vendemos, etc. e preencher papelada nas finanças, mas quando pedimos ajuda para entender alguma coisa do que estamos a fazer a resposta é: vá ao site que está lá tudo... MAS QUE RAIO!!! Se eu quisesse eu sei ir ao site eu ia! Se não entendo é porque não sou técnico de contas. Preciso de ajuda e vou ao departamento do Estado para me informar... É para isso que vocês servem!
Agora pergunto, será que não têm culpa por os portugueses não comprimirem o sou dever?

Passemos a outro caso, mais concretamente o Sistema Nacional de Saúde.
Há uns meses pedi ao meu medico de família para fazer analises a umas coisas que me apareceram na pele. E a sua resposta é que isto que estava a pedir eram muito caro e que o melhor era eu usar umas pomadas e blá, blá, blá. Resultado para ele tenho uma dermatite e isto é um diagnostico sem analises, mas até aí eu já cheguei e não sou medico, pois dermatite é uma inflamação da pele, o que pode ser tudo e pode ser nada!
A outra mais galopante foi com a minha mãe que já tem uma certa idade e precisa de fazer uma operação à anca. Por não termos outra opção tivemos de recorrer ao SNS. Ela teve uma consulta no Hospital Curry Cabral e a conversa do médico é que isto podia correr mal, que a idade da minha mãe é um inconveniente como também o facto de ser diabética, hipertensa e que até podia fazer uma vida "normal" com as dores que tem. Mas estamos parvos ou quê? Andamos a fazer o terrorismo psicológico a pessoas da 3ª idade? Quando pude falar perguntei qual era a percentagem de sucesso para o quadro clínico da minha mãe. O doutor começou por torcer o nariz, mas lá foi dizendo que era na ordem de 90% de bons resultados... Ou seja, em cada 10 há um caso de insucesso. Então por que é que começou por dizer que isto era muito grave e que iria correr mal e etc.? Bem sei e compreendo que todas as operações têm um certo risco e que o quadro clínico da paciente em questão é mais delicado, mas todos nós sabemos dos avanços da tecnologias e que não se pode fazer coação com pessoas que necessitam. Graças à minha pequena intervenção a minha mãe espera ser operada em breve, assim espero, mas esteve quase a desistir.
Chegam-me também noticias que médicos fazem diagnósticos com meros raios-x quando deviam ser feitas ressonâncias magnéticas, isto com o simples propósito de poupar. Assim eu também sou um grande estratega, pois com este tipo de diagnostico eu também sou um cromo da economia.

Chega! Basta!

Estamos de tanga, é um facto! Estamos a precisar de uma reestruturação do Estado, é facto! Mas que seja bem feita e não com base na incompetência e terrorismo.

sábado, 10 de maio de 2014

+D = Democracia em Movimento (Blog): [Opinião +D] E o estudante, pá! (continuação /conc...

Aqui fica a minha conclusão do texto que escrevi parra o +D
+D = Democracia em Movimento (Blog): [Opinião +D] E o estudante, pá! (continuação /conc...: Há duas semanas escrevi um texto dando conta das várias lutas académico-sociais e que, com a proximidade do 25 de abril, foram bem apropria...