quarta-feira, 4 de novembro de 2015

TUDO QUANTO PENSO

Tudo quanto penso, 
Tudo quanto sou 
É um deserto imenso 
Onde nem eu estou. 

Extensão parada 
Sem nada a estar ali, 
Areia peneirada 
Vou dar-lhe a ferroada 
Da vida que vivi.

Fernando Pessoa