quinta-feira, 10 de março de 2016

Eutanásia

Estas semanas voltou a debate público a questão da eutanásia.
(Permitam-me por o dedo na ferida à minha maneira!)
O tema é delicado, não só pelas questões éticas mas também pelas questões morais envolvidas neste ato e por quem o deseja praticar e que deseja a sua própria morte.


A questão não podia ser mais polémica, se por um lado queremos que a medicina nos ajude a manter vivos, por outro não queremos que ninguém nos faça sofrer, tento ou não uma condição medica que nos condicione e que nos leve a pensar que a solução é tal ato. O meu grande e maior dilema é mesmo esses os condicionamentos que poderão um ser humano a querer a morte, pois não são só as doenças de condição física que nos levar a pensar no fim da vida. Olhemos então a pessoas que já estão no seu jubileu da sabedoria, sim esses que alguém chamou se “pessoas na terceira idade” e que a sociedade tratou de chamar velhos com desdém e esqueceu que a maior sabedoria de vida está nestas pessoas. Muitos já não vêm o seu próprio sentido de vida, muitas vezes porque os filhos trabalham demais para receber de menos numa conjuntura que está a levar-nos ao extremo e que lhes falta a paciência de cuidar dos seus sábios. Eles são muitas vezes atirados para “lares da terceira idade” porque supostamente ali têm mais cuidados e cuidadores, mas todos sabemos que muitas vezes não acontece (demasiadas vezes, para ser mais sincero), essas pessoas por não terem um propósito de vida preferem a morte do que estarem a viverem a arrastar a sua carcaça nalgum canto, desculpem a franqueza. Não é para menos, pois nota-se em muitos casos depressões misturadas com doenças cronicas, mais a falta dos seus familiares (que melhor ou pior os visitam ao fim de semana, quando o fazem). Faz pensar a qualquer um de nós para onde é que vamos, pois isto se não mudar vai nos calha! Devemos nós, portugueses, deixar por questões de depressão alguém pedir a outra pessoa que lhe dê algo a tomar ou injetar para morrer? Ou devemos criar propósitos a quem tem o conhecimento da vida e faze-los sentir melhor com a vida? Não devemos criar condições para estarem mais perto do seu núcleo familiar? Ficam as perguntas!

Alguns podiam argumentar que isto é só uma parte dos problemas que podem aparecer, que casos terminais, casos de tetraplégicas ou outros é que devem ser considerados para a eutanásia. Então eu vos digo: exploremos esses casos.
De facto existem, mais uma vez vamos bater nas questões de depressão e de uma certa sanidade psicológica do endividou em causa, mas posso relembrar que há muitos bons exemplos que preferem viver e que são uma inspiração para quem é dito como “normal”. Um desses exemplos é Nick Vujicic, australiano, orador motivacional, que até é uma vedeta do YouTube (aconselho a ver os seus vídeos) que que nos diz sempre com o seu sorriso próprio que não quer morrer que que prefere a vida. Como é de se antever quer que todos vivamos a vida. Volto a perguntar as mesmas perguntas do penúltimo paragrafo que escrevi até aqui. Será que tem a mesma opinião ainda?
As doenças terminais e outros casos de coma temos sempre de ter em conta que, a meu ver, não é egoísmo de nossa parte mantermos essas pessoas vivas pois a ciência está sempre em mudança e com novas soluções para casos destas naturezas. Sei de alguns casos em Portugal de pessoas que estão acamadas à quase 20 anos, em que os seus movimentos são apenas do pescoço para cima e com enormes problemas em que a sua vida é sustentada apenas por máquinas, mas que quer viver e que por razões de mantimento da sua privacidade não vou dizer quem são. Qual a diferença mais uma vez é o estado psicológico em que se encontram.
Poderia estar aqui a tentar expor milhares de casos contra a corrente dos media, mas acho que a paciência do leitor iria-se esgotar, como alias acho que já começa a acabar, mas coragem leia atá ao fim pois falta pouco.
Há outra coisa que me questiono e que na verdade ninguém me quer dizer e que eu faço questão de por o dedo na ferida: quem é que tem a responsabilidade de pagar isto tudo e quem é que ganha dinheiro com isto?
Sei que é um pouco perverso pensar assim desta forma fria, mas o que é facto é que vivemos numa sociedade capitalista e que nada se faz sem dinheiro, até mesmo salvar vidas. Por princípio e à luz do que acontece com a interrupção voluntária da gravidez, será o Estado a pagar as custas de tais atos assistidos. Por outras palavras somos todos nós que o faremos, pois o Estado é composto por todos os Cidadãos e não apenas pelos que se dedicam à política. Isto é claro, porque tenho quase a certeza que as custas serão elevadas e se um rico tem esse direito um pobre também tem que tê-lo e é certo que vai recorrer ao sistema nacional de saúde para atingir o seu propósito. Ou seja, eu, você e quem estiver ao nosso lado vamos pagar para alguém se suicidar de um modo assistido… Faço-me entender? E também vamos dar dinheiro a pessoas que era suposto serem vocacionadas para curar e manter a vida para depois fazerem justamente o contrário. Perverso, não? Será que é licito receber para ajudar a morrer? Será que isso é um nobre serviço? Será que quer ter participação, mesmo que indireta, na morte de alguém? Mais questões que, mais uma vez, ninguém me responde.
Sei que os sentimentos e o tratamento racional do ser humano é confuso nas horas que temos de digerirmos estas questões de doença avançada e que ficamos em aflição de aliviar a dor de quem sofre, pois não queremos para os nossos entes queridos a inflexão de dor e que podemos parecer que a morte é a maior solução para determinados casos, mas eu sou um humanista e entendo que não se deve condenar à morte ninguém, nem obrigar alguém a assistir ao suicídio. Já nem me atrevo a ir pelas questões do aborto e abomino a pena de morte. Entendo que a vida deve ser preservada em todas as suas formas e que a questão da eutanásia vai contra este meu princípio. 
Relembro também a estes “eutanistas” esquecidos que “enquanto há vida, há esperança” e é a própria ciência que nos diz que quando o paciente está motivado para a sua cura que há mais possibilidade de esta se concretizar, para além do frequente avanço frequente da medicina e da ciência em geral. 



Viva à Vida!

5 comentários:

  1. Muito bom. A vida é preciosa e não há argumento nenhum que justifique em tirar la por qual que seja o motivo. Tirar a própria vida não é por motivos físicos e sim emocionais e devemos proporcionar uma solução de sustentar essa debilidade emocional não cometendo um acto de cobardia.

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  2. Muito bom. A vida é preciosa e não há argumento nenhum que justifique em tirar la por qual que seja o motivo. Tirar a própria vida não é por motivos físicos e sim emocionais e devemos proporcionar uma solução de sustentar essa debilidade emocional não cometendo um acto de cobardia.

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  3. Muito bom. A vida é preciosa e não há argumento nenhum que justifique em tirar la por qual que seja o motivo. Tirar a própria vida não é por motivos físicos e sim emocionais e devemos proporcionar uma solução de sustentar essa debilidade emocional não cometendo um acto de cobardia.

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  4. É todo um texto bem constituído mas é tudo muito relativo. As coisas são assim num mundo todo cor de rosa, não neste mundo. Não neste Portugal com poucos cuidados paliativos. Sou completamente a favor da vida e acho a medicina algo espectacular, que adoro. Mas sabes que existem aqueles doentes terminais que nem com doses exageradas de morfina se as dores passam, correcto? O que mais a medicina pode dar a essas pessoas? Acho que apenas lhes sobra uma morte digna. E em relação a pagarmos a prática de eutanásia, prefiro pagar para uma pessoa morrer dignamente do que estar a pagar para o Estado oferecer rendimentos mínimos a quem não os precisa.

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