domingo, 7 de junho de 2015

Jovens e Partidos

Há uns dias, foi abordado por uma amiga jornalista, Ana Neves, com uma série de perguntas para a sua tese de jornalismo na área da Ciência Politica, ao qual eu acedi ajudar. Foram perguntas bastante pertinentes. Escolhi duas que penso que são bastantes actuais e que penso poder publicar.

"(...) - Quais julgas serem os principais trunfos do partido junto dos jovens?
O facto de estarmos atentos aos seus problemas é sempre uma mais-valia a todos jovens. Gostaríamos que fosse revisto o sistema de estágios profissionais do IEFP, que se revisse a educação no que toca a cidadania, etc. Mas é claro que tudo está em aberto e tudo pode ser debatido para uma democracia melhor.

- Pensas que esta nova realidade – de surgimento de novos partidos – poderá inverter o desinteresse dos jovens por Política, como revela o estudo apresentado pelo Presidente da República?
O aparecimento de novos partidos, por si só, não representa nada, a meu ver, pois à que chamar as novas gerações a fazer parte da solução dos problemas que a sociedade em geral apresenta. É preciso motiva-los para este âmbito e prepara-los para os novos desafios uma vez que o desinteresse é monumental e ameaçador para o sistema democrático.

- Porque é que achas que se verifica este desinteresse?
Em tempos que já lá vão havia uma educação virada para valores, isto mesmo dentro de casa. O pai e a mãe ensinavam o respeito a eles próprios, ensinavam o respeito às autoridades e ao País e sua bandeira. Penso que mais tarde isso foi delegado à instituição “escola”, na disciplina de cívica. Após o 25 de Abril de 74 acharam que isso era fascismo e ser patriota era um dos seu sinais. Nada mais errado! A consequência é que hoje há professores que nem sabem o hino nacional e por isso não o ensinam. Isto é um dos exemplos, mas o pior é que também não ensinam verdadeiramente os valores da cidadania, com os seus direitos e deveres e a sua importância no meio de uma sociedade como a nossa, com o acréscimo que quando a “rapaziada” chega a casa ouve os telejornais (os media, entenda-se) com notícias de corrupção política, danosa e infame que muitas vezes vem-se a provar a sua veracidade.
Esta realidade e o facto de que os pais destes jovens dizerem que a política é para corruptos (ou outras coisas que a educação não me permite dizer) e que eles se livrem de serem ou desempenharem cargos políticos, faz com que os mais novos se afastem de tudo o que é cívico-político.
Mais, o facto de nas escolas civismo é sinonimo de ecologia a partir das gerações que estudavam em 1992. A ecologia pode estar incluída na cidadania, pois é estimar o nosso planeta, mas ela por si só não é a cidadania, pois o Estado tem mais problemas, deveres e direitos.
Num outro ponto de vista, o das juventudes partidárias, deveriam ser dinamizadores destas questões cívico-políticas, mas todos sabemos que não passam de mão-de-obra barata, etc., etc., etc. Para além de serem procuradas com agências de recursos humanos como podes ver a declaração de Ana Gomes, eurodeputada pelo PS, no debate dos submarinos. Podes ver em: https://www.youtube.com/watch?v=eROG8ejCFu8 ao 2:05:30. Aconselho a visualização. O “Nós, Jovens Cidadãos” combatem severamente estas questões. (...)"

Mais poderia responder, pois até falta acrescentar que o estatuto do estudante proíbe taxativamente a discussão de temas políticos e ou professores acrescentam-lhe o civismo. Infelizmente o tempo é sempre curto e estou finalmente a trabalhar o que não me permitiu escrever muito mais. mas ficam com as ideias principais.

Sem comentários:

Enviar um comentário